23 de Abril - Dia Nacional da Educação para Surdos
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Cartaz em cinza “23 de Abril Dia Nacional da Educação para Surdos”. Na parte superior, aparece o título seguido das logomarcas do Napne (Núcleo de Apoio às pessoas com necessidades específicas) e do IFSP. Abaixo dos logos está escrito “Para lembrar o Dia Nacional da Educação de Surdos, que é comemorado dia 23 de Abril, o nosso aluno Carlos Eduardo do Santos, do curso de Informática integrado ao ensino médio, a partir de uma atividade de pesquisa e produção textual do Atendimento Educacional Especializado, teve seu lugar de fala respeitado, compartilhando seu depoimento, para que nós, comunidade escolar, possamos escutá-lo como pessoa e estudante Surdo.”
No centro do cartaz “Ser um estudante surdo é assim, quando eu entrei na federal sendo da Comunidade Surda, eu tive que explicar como é ser Surdo porque não sabiam. Eu sentia muito ruim quando não tinha intérprete, ficava na frente, na cara da professora com cara de... sem entender. Eu tinha que ir lá falar que não entendia, era bem difícil. É importante ter uma intérprete. Agora com a intérprete é mais fácil, ela sabe Libras, como também fala, ela facilita a comunicação e ensina também.
A minha questão de viver não é tão ruim, eu gosto de ser da Comunidade Surda, mas eu consigo ouvir. Eu uso as duas formas, a Libras e falo, eles podem escrever no papel e eu entendo, as outras pessoas Surdas não. É diferente do ouvinte, a Comunidade Surda usa outra língua. Pra eu escutar bem melhor, eu preciso ficar em frente da pessoa, eu leio o lábio, se eu estiver com uma pessoa surda eu falo Libras. Acho importante usar a Libras pra afirmar a minha língua e ensinar a Libras pra eles aprenderem a se comunicar com as outras pessoas Surdas, dar uma informação que o Surdo precisar. Ninguém sabe se vai deparar ou ter um familiar surdo. Já aconteceu que me xingavam de mudinho, de burro, “Olha, ele não fala, fala errado, não sabe escrever direito” e eu exigi RESPEITO. Falavam que iam quebrar meu aparelho e eles me zoavam e isso é muito chato. Na escola, as pessoas ouvintes falavam que a intérprete me dava as respostas e eles não acreditavam que era eu quem fazia com a ajuda dela e tirava nota boa.
A fono me falava que eu tinha dificuldade da fala e de escrever por ser Surdo e fui aprendendo e perceberam que eu melhorei a fala. Os professores me davam notas baixas porque eu não sabia fazer as concordâncias, mas é devido a minha língua, que não é português eu escrevia errado e eu precisava de uma prova adaptada. Hoje eu já escrevo bem melhor, eu faço o CECAP-DA, faço aulas de português e informática e meus amigos da Comunidade Surda me ajudavam, mostrando o erro e me dizendo que eu estava melhorando.”
Abaixo encontra-se a foto do estudante Carlos em preto e branco, segurando um celular fazendo selfie.
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